segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Muito alem do que podia permitir (a morte do virtuoso cavaleiro)
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Alô !!
Você não ouve ?
Ei , estou aqui !
Por favor veja-me !!
Por favor saia antes que seja tarde
Antes que o sinal soe
Antes que o que mais se preza voe
Irá acontecer ...
Fuja , pois não conseguirá dete-la
Não tens consciência da nevoa escura que te apagará a visão
E ela espreita teu descuido
E tua suposta coragem ...
Sorrateiro , covarde , ardiloso
Acorda maquiavélica víbora
Arma o bote e o faz preciso
E o primeiro golpe se fez
E o sangue é derramado
Nada a maldade sorridente , entre as partes feridas
Como serpente atiçada
Em seu jubilo , urra diante da tua queda
Morde feroz
A mordaz besta , enquanto olha
Feliz
Graceja , zomba
Sem que possas te salvar
Tento o esforço de puxar-te
Tingidas de vermelho as mãos escorregam
Teus braços escapam
E a fera mastiga teu desespero faminta
Rumina cada um de teus medos
Dilacera ofegante teus sonhos
Arfa e delicia-se em sua cobiça
A cada ataque , deixa seu suor pelo caminho
Até que tombas e desiste
Saliva o cão enquanto pedes clemência em vão
E cospe tua inocência com sarcasmo
Animalesco , rodopia raivoso a brincar com tua frágil defesa
Mostra as garras e presas
Insulta , ofende
E o interminável castigo é executado
Teu sorriso se esvai
Resta-me a cena do teu rosto
Encaras serena o fim e fita-te pela ultima vez
Apaga-se toda tua beleza
És apenas o que tens em mãos
Gotas de sangue
E tuas lagrimas
O monstro vomita , se limpa , sacia-se
Apenas da-te as costas
E se vai
Em silencio ,sem respostas
Sem alarde , sem que possa lutar
Fica o impotente som do vazio imperioso
Neste reino que se ergueu da morte
A própria morte fez-se valer em voz e violência
Procura alguma razão ou parte viva
E de onde a fera teve procedência
A névoa se dissipa , mas a escuridão não se foi
E o fel que amarga a boca a olhar as coisas que a minutos estavam no lugar
Quando estavam coesas , juntas
Quando asas tinhas em tuas costas
Restou sujeira que apenas você vê
Não há mais perguntas
Não há mais respostas
Fabricio Marchi
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
O mar , Amar (preludio)
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Criei e firmei meus proprios passos
Onde feliz passeavam meu sonhos
Cambaleante e inebriado de vinho barato
Deixei a tempestade
E feliz cá estou em mim mesmo
Lugar onde habito
Meu castelo e minha fortaleza
Que intransponível agora torna-se
Outrora passagem livre
E do mar revolto me retiro
E consigo Sorrir minha paz
Do espírito que respira seu próprio ar
Levado pela brisa que antes tormenta fora
Navega minh'alma na calmaria
Consegue avistar agora ilhas e praias
O coração conseguiu tirar a neblina
Enxerga agora ainda distante a beleza
Desses dias de sol em que a visão alcança
Mesmo que a jangada ainda balança
A imensidão de um ceu azul turquesa...
Fabricio Marchi
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
EU E MEUS BOTÕES ... DIGO "ASAS".
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Talvez eu não tenha asas
Sou daqueles anjos que não sabe voar
Mas deseja
Talvez nem saiba sonhar
Ou sonhe demais
Ou nem anjo eu seja
Tenho o dom de aliviar
E pavor de altura
Acho que entre um afago ou um rasante a vista
Prefiro parar na pista
E ouvir o final da tua jura ...
Ah esses anjos sem poderes
Estou sempre ali
Dizem que guardamos de quem amamos
Seu sono mais profundo
E antes que o mal lhe toque
E te faça o sonho perde-lo
Alcançamos a alma e a protegemos
Antes do pesadelo
Quando o sonho ruim chega
E nos consola a nossa considerada fraqueza
Já não nos alimentam mais com suas preces
E bradam : “Achas que minha atenção ainda mereces?
Saia daqui ave agourenta
Não me salvaste quando precisei
Só me trouxe má sorte
Onde estavas quando te chamei?
Troquei-te feliz e radiante pela morte !”
È . essa coisa de sermos invisíveis aos olhos dos incrédulos incomoda
Gritamos e nada
Acho que existe algum tipo de cortina
Que embaça , distorce a retina
E por mais que se faça limpeza
Justamente nos olham por aquela sujeira pequenina ...
Poetizei sobe mim mesmo
De que voaria entre campos e as estrelas
A carregar o amor nos braços
Acho que assim ainda o faço
O tempo passa e o trabalho muda de sabor
No ar pairamos ainda
Mas quem disse que acorda o amor ?
Dias vem , noites vão surgindo
E quem queremos que acorde , continua dormindo...
Fantasmas vivos , que ninguém vê
Choram e ninguém vê
Crêem e ninguém crê
Tens e nem sabes porquê
Não enxergas , não acreditas
Mesmo esbarrando em você
Ô ser humano tapado
Bom , também sou um bom desajeitado
Não aprendi a me mostrar
Bato as asas e nem percebe
Estendi-lhe as mãos
Escorregou , escapou , caiu no chão
Eu e essa minha falta de dom
Não ouvem minha voz sem som
Assim me faz acreditar que sou um anjo bem aquém!!
Daqueles que Ainda Não salvaram alguém
Dei-me o prazer da solidão
Caminho entre as avenidas
Entre as pessoas
Entre as madrugadas
Não sou anjo caído , nem tenho patente de serafim
E por fim
Tenho as asas amputadas
Nesse descaminho , ergui meus olhos e não tive resposta
Nem tão terra , nem inferno
Não tornei-me raivoso , mas da ternura , esqueci-me de ser terno
Troquei o amor pelo infinito
Desisti de acreditar em paraíso
Acreditaram que por ser celeste não preciso
Mas tolamente em anjos tal qual a ti ... ainda acredito ...
FABRICIO MARCHI
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Pra que acertar ?
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Procurei , entre meus maiores erros
E só encontrei teu nome
Amor ... que caminhos percorremos?
E pisquei meus olhos
E só vi teu sorriso
Devo me render ?
Porque não respiramos o mesmo ar ?
Porque não te vejo ao acordar ?
E ainda estico os braços pra te buscar ...
Que a pele arrepia ao teu falar já não é segredo
Que meu temor é o medo de ter medo
Porque não chegamos mais cedo?
Ouve minha voz ?
Sim ... sussurrada ...
O que ela diz?
Das loucuras ditas , qual palavra lhe soa mais exata
Falar ininterruptamente de amor ao seu ouvido
Ou a vontade dessa entrega absoluta
Dessa saudade que mata
Que palavra te diz respeito?
Renasce , redime , retorno , reata
Ilude-te em tua ilusão pontual
Não vê que não faço questão de tantos acertos
Nem tão pouco pontaria
Nem sempre os astros se alinham
Importa-me tua beleza , tua estrela como guia
É invalido pensar nos “poréns”
Ou no tempo que se perdeu
Vasculhei então , entre meus poucos acertos
E só encontrei como alegria , meu nome ao teu ...
FABRICIO MARCHI
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Fim e fim de tarde
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E hoje escutei teu chamado
Triste , depressivo , doente
Longe da centelha brilhante de outros tempos
Um pedido que nem sequer se sente
Envolta em névoa pairavam tuas palavras
Indecifráveis fins de frases
Uma fala monótona e ébria
Que nem de longe lembra o desejo
E os desejáveis fins de tarde
Bastou uma só pronuncia para ver tua alma
Sendo eu que mais lhe conheço
Até mais que julgas você mesma conhecer
Estava sem fim e sem começo
Sem fim de tarde ou amanhecer
Entre o fugaz e sem preço
Entre o “lhe esqueço”
Para tentar me esquecer
A carne continua a mesma
Estamos ali ... você e eu
Depois de tanto tempo sozinhos
Enfim dividimos o mesmo ar
Apesar de termos seguido o mesmo caminho
Tua voz já não sai
Recosta teu rosto em mim
A carne continua a mesma
Estamos ali ... você e eu
Sendo eu que mais lhe conheço
Apaga-se a chama que não mais arde
Uns o chamariam de fim
Ou mais um fim de tarde...
FABRICIO MARCHI
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Será?
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O desespero do homem e suas mascaras
Moldadas , rotas ... disformes
Na inquietude da alma trêmula
Acorda feroz enquanto dormes
És nada alem de conceitos
Colados conforme seu estado de espírito
Fadados a cair ao chão a primeira ventania de verdades
E não há necessidade de palavras ou gestos
O monstro que grita a sua ignorância , não precisa de voz
Alimenta-se do teu próprio silencio quando estás só
Quando lutas , não sabes bem ao certo porque
Congratula-se pelas feridas que não o mataram
Enquanto a alma agoniza , fria , sob o vento gelado
Agradaria um carinho
Mas recusa-se a aceitar e permaneces parado
O homem busca a paz
Nem que a guerra proclame
Não importa quantos morram por sua causa
E impede que alguém lhe reclame
Acorde homem!
Não passas de um punhado de mentiras
Pragueja , enraivece e mostra ira
“Não amo , não sofro , não consolo”
Mas não é mais que uma criança
Buscando lembrança
A procura de colo ...
FABRICIO MARCHI
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