quinta-feira, 20 de maio de 2010

Contra o mar


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Sou Andante triste
Passos solitários na areia
Em que o mar destrói pegadas
Quisera eu que levasse minhas mágoas
Que o coração me desse trégua
Que eu pudesse seguir em paz as marcas que antes deixaste

Mas pra que lado anda uma alma perdida ?
Tanto faz

Não escuto o mar
Apenas tua voz
Agora me resta por companhia o oceano
Ele gigante , eu diminuto ... a sós

Não adianta jogar-me as águas
Vã esperança de alivio
Molham-me o corpo , mas a alma pesada permanece
Não se redime , não se perdoa , não lhe esquece
Fria a água
Fria a alma
Que não aquece

Nada que queira me seguir , me acompanha
E se assim insistir não vejo
Antes mergulhar no mar que mergulhar em si
Dele se sabe a profundidade
De nosso coração só se mede ... saudade
E saudade é sem fim
Ninguem que a sente sabe nadar
Morre cansado
Afogado

Então , apenas ando a beira da praia
Admiro a noite que chega
A lua que brilha
O sol que desmaia
Seus passos na areia se foram
E tudo que era seu , que existia ou existe
Ainda sós , eu e o mar
Tristonho , tristeza ... triste ...

Fabricio Marchi

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